Leilões para novos projetos de geração de energia no Brasil devem seguir com uma forte competição neste ano, com uma taxa de juros em queda e uma demanda ainda em lenta recuperação colaborando para manter a pressão baixista sobre os preços de contratação dos empreendimentos.
Neste ano, o chamado leilão “A-4”, marcado para 4 de abril, já recebeu inscrições de 48,7 gigawatts em empreendimentos, o que significa quase 72 vezes o volume movimentado no certame de 2017, em dezembro. Um leilão “A-6” também deverá acontecer em 2018, com conclusão das usinas para 2024, mas o mercado não espera que ele movimente muito mais que os 3,8 gigawatts de um certame similar de 2017.
Os vencedores dos leilões assinam contratos para vender a produção futura de suas usinas às distribuidoras de energia por entre 20 e 30 anos.
Em 2017, as principais vencedoras nos leilões realizados foram a italiana Enel, a norte-americana AES, a portuguesa EDP, a espanhola Iberdrola e a norueguesa European Energy
Essas grandes elétricas multinacionais devem continuar predominantes nos leilões deste ano, com espaço para uma presença até maior devido ao ambiente de disputa acirrada, disse Girão, do Itaú BBA, que aposta num possível avanço de companhias chinesas já com presença no país.
Já as grandes estatais brasileiras devem seguir vendo sua participação na expansão cair, como tem acontecido desde 2012, quando um plano do governo federal para reduzir as tarifas de eletricidade cortou a receita de empresas como a Eletrobras, apontou a diretora de negócios em energia da KPMG, Franceli Jodas.
Reuters