Em menos de 10 anos, o Uruguai reduziu sua pegada de carbono, sem subsídios do governo ou custos mais elevados de consumo.
Atualmente, as energias renováveis fornecem 94,5% da eletricidade do país e por isso os preços são mais baixos do que no passado em relação à inflação. Há também menos cortes de energia porque um programa energético diversificado significa maior capacidade de resistência a secas.
O setor energético do Uruguai mudou há apenas 15 anos. No passado, o petróleo representava 27% das importações e um novo oleoduto estava prestes a começar a transportar gás da Argentina. Agora, os maiores itens de importação são turbinas eólicas, que enchem portos do país a caminho da instalação. A biomassa e energia solar também têm sido incrementadas.
O país tem sido elogiado pelo Banco Mundial e a pela Comissão Econômica da América Latina e Caribe, e no último ano, o WWF nomeou o Uruguai entre os grandes “líderes de energia verde", segundo eles, "O país está definindo as tendências mundiais em investimentos em energia renovável".
Cimentando essa reputação, Ramón Méndez – ministro nacional de energia que também dirige a política climática – foi para a COP 21 em Paris com um dos compromissos nacionais mais ambiciosos do mundo: um corte de 88% nas emissões de carbono até 2017 em comparação com a média de 2009-13.
Não há milagres tecnológicos envolvidos, a energia nuclear é inteiramente ausente e nenhuma nova hidrelétrica foi construída em mais de duas décadas. Em vez disso, segundo Méndez, a chave do sucesso é manter a tomada de decisão clara, um ambiente regulatório favorável e uma forte parceria entre o setor público e privado.
Como resultado, o investimento em energia – principalmente para as energias renováveis, e também gás líquido – no Uruguai nos últimos cinco anos subiu para US$ 7 bilhões, ou 15% do PIB anual do país. Isso é cinco vezes a média na América Latina e três vezes a quota global.
"O que aprendemos é que as energias renováveis são um bom negócio financeiro", diz Méndez. "Os custos de construção e manutenção são baixos, por isso, enquanto você der aos investidores um ambiente seguro, é um investimento muito atraente."
Adaptação: Biomassa World.
The Guardian